domingo, 26 de agosto de 2018

Falando sobre filhos...

Penso que a vida é feita de ideais e concretudes. Muitas vezes idealizamos demais e não conseguimos concretizar. A vida é construção. Para sair do ideal primeiro é preciso aceitar as coisas como são, as pessoas como são e à ti como és. Temos muito potencial e podemos construir muita transformação na vida. Mas precisamos desidealizar, aceitar a frustração de que nada é completo e assim se aceitar faltante também. Nada na vida é garantido. São apostas que fazemos. O que melhor passar para um filho que não isso: que entendemos em algum momento da vida que tudo é incompleto, faltante, imperfeito. Não te exija perfeição, isso é  ideal e não existe. Teu filho vai ter muito de ti se puder te mostrar faltante, assim saberá também lidar com a falta. Coragem! A vida não é perfeita, tudo falta e sobra. Adiante nos teus sonhos! Ensine à teus filhos que viver é construir, dia a dia nos acertos e erros. Aliviando a culpa, apostando mais no que acreditas e te faz sentido. Que bem maior é transmitir um pouco de leveza aos filhos. Viver não é fácil, mas também não precisa ser sempre difícil. Aprendamos a ser mais leves e passemos isso aos filhos. Seguindo em frente, imperfeitos, mas cheios de vida!

sexta-feira, 1 de junho de 2018

"Time is money" e daí? Nosso tempo merece ser bem mais que isso.

     Eu sei que o tema é comum, mas me toca como alguém que o vive. O tema é o tempo, a falta dele, o sem sentido de uma vida sem tempo dentro do tempo em que vivemos.

     Não é simples queixa, é reflexão sobre o que estamos vivendo, o que estamos fazendo com nossas vidas.Estamos vivendo ou fugindo de viver? O que estamos buscando? Qual o sentido dessa vida atribulada? Por que tantos escravos da falta de tempo? Por qual motivo parece errado se não produzimos dinheiro?

    Quase nada de valor para quem produz cultura, arte ou conhecimento.

  Depois, o que você faz com o seu dinheiro? Tenta comprar a felicidade. Descobre que ela não está naquilo que comprou e compra, compra mais e mais. Coisas, pequenas, grandes, orgânicas, metálicas, de luxo, de lixo. Se as coisas nos deixam um pouco felizes, o tempo é curto, já não se pode mais desfrutá-las. Corre-se em busca de mais dinheiro. Isso sem falar naqueles que mesmo com dinheiro, acreditam que não tem dinheiro. Sempre atrás de mais e mais dinheiro, entupindo seu tempo na busca do mesmo e nem sabem o que fazer quando o tem. Incapazes de dar-lhe sentido. Tão triste e patético.

  Relatos de uma adolescente que descobre que o mundo é maior que o seu quarto: “Qual o sentido de trabalhar uma vida inteira para ganhar dinheiro, usando todo o tempo de casa para o trabalho, do trabalho para casa, assim como fizeram a vida toda meus pais?”. “Descobri que no Brasil 70% das estradas não são asfaltadas e eu não sabia, porque moro nos 30% de asfalto”. Sua família tinha dinheiro, mas não tinha lhe transmitido sentido na vida. A descoberta que o dinheiro em si não tem sentido e que se for trabalhar quer ter tempo para viver o seu dinheiro com algo que faça algum sentido, para além do seu mundinho, lhe demandou tempo. Um tempo de parada, de reflexão. Um tempo de ser ouvida e se ouvir. Um tempo de elaborar para concluir algo novo, encontrar os seus sentidos.

    E você, se tirou um tempo para ler esse post, se está buscando um sentido maior para sua existência e onde investir seu tempo, quem sabe uma ida ao psicólogo possa te ajudar?

    Mais do que nunca é preciso tempo para refletir, planejar e agir. Sem tempo só agimos sem pensar, no automático. Nossa capacidade criativa diminui, nossa capacidade de amar se desperdiça, nossas relações secam, nossa humanidade se vai e fica o sofrimento do vazio de sentido.

   Você já se perguntou do que adianta o seu dinheiro sem tempo? Do que adianta o seu tempo sem sentido? Aproveite mais a sua capacidade de refletir, de ser um sujeito no mundo mais conectado com sua humanidade. Quem sabe a hora de começar seja agora? 


   

sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

O Corpo é o Limite

       Quando nosso limite não está internalizado, o corpo é nosso limite. São vários os nossos balizadores que refream nossos impulsos: o tempo do relógio, as nossas regras internalizadas, as regras da nossa casa, do nosso trabalho, nossa capacidade racional, nossa capacidade e coragem de pensar sobre o que vai e o que não vai bem. Quando nossa capacidade de perceber os limites falha, o corpo é o primeiro que nos mostra. O corpo é um dos nossos limites que está ali o tempo todo para nos dar borda, presença em carne e osso que não somos ilimitados. 

       O que inscreve o nosso corpo são nossos pensamentos, nossa subjetividade. Quando a subjetividade  falha em nos mostrar o limite, o corpo automaticamente mostra: os excessos de uma noite de beberragem, sem o limite da paradinha para tomar uma água; um dia de muito trabalho, com a falta de intervalos; um problema que te incomoda, mas que tu não consegues falar ou pensar sobre ele.  Tudo aparece no corpo. Ampliando essa escala, coloquemos  isso como repetição. Um ano de trabalho em excesso, um ano de um problema não resolvido, não falado, um ano de excessos, daquela forçadinha no limite daquilo que poderíamos... Um ano, dois, uma vida. O teu corpo gritará, como uma tentativa de te mostrar o limite. Mas esse limite precisa de uma interpretação acertada, é preciso perceber que quando o corpo grita é porque algo não vai bem, é teu corpo clamando por um intervalo, por uma chance para o pensamento acontecer. 

       É preciso coragem para viver.  Estou falando de viver, não apenas sobreviver. Não somos animais, somos seres que pensam e sentem. Não dá para viver sem pensar. Talvez essa seja a chave para melhor viver: reconhecer teus limites, observar teu corpo como um indicador e principalmente ter coragem para levar tua vida a sério, cuidar de ti. Isso inclui pensar, refletir, encarar o que não te faz bem para saber lidar e transformar teus problemas em algo melhor. 

       Ninguém pode fazer isso por ti, ninguém pode colocar essa atitude de se responsabilizar pela tua vida, olhar para dentro, além de ti mesmo. Encarar a vida de frente é doloroso, quem disse que a vida é fácil? Isso significa evoluir para si e para a vida. Isso significa melhor viver, qualidade de vida. Significa ganhos que chegam com a aceitação das perdas. 

      O que teu corpo tem a dizer sobre quem tu és? Sobre como tens vivido? Coragem, evolua em tua vida! Ouça teus pensamentos, encare o que te faz sofrer para superar. A vida não é fácil, amigo. Mas podemos melhor viver. Aceitar os teus limites pode ser o primeiro passo. 
        

Psicólogo entende você

Quem sou

  Deixa te contar um pouco sobre minha trajetória. Sou formada em psicologia há mais de 19 anos clinicando de forma ética, responsável e aco...